Métodos de alfabetização – Magda Soares

Métodos de alfabetização – Magda Soares

Nosso atraso educacional é evidente, ainda hoje por estatísticas com uma taxa de 10% de analfabetos adultos ou pelo aprendizado adequado de crianças nas séries iniciais do ensino fundamental ,diante desse diagnóstico estamos sempre nos perguntando se utilizamos os métodos certos para alfabetizar.
No caso das crianças a polêmica em torno de um método único não é só Brasil nos Estados Unidos
o debate foi tão intenso na década de 80 ,que chegou a ser classificado como hayden mors, a guerra de leitura de um lado.
Há quem defenda ,a ênfase ensinar as crianças a correlacionar e transições mesmo que sejam usadas cartilhas feitas exclusivamente para este fim. No outro extremo há quem condene esse tipo de abordagem por considera lá fora de contexto e por desprezar que as crianças já chegam à sala de aula com algum conhecimento sobre escrita para tratar dessa questão.
Professora Magda Soares, doutor em educação pela Universidade Federal de Minas Gerais e uma das maiores especialistas em alfabetização do país, a criança  a aprendi a ler e escrever obviamente com segue convivendo com a leitura e a escrita.
O problema real  está em outro lugar, mas ninguém nega e ninguém nunca negou e é impossível negar
do ponto de vista cognitivo do ponto de vista linguístico que  pra aprender a ler e a escrever é preciso fazer a relação dos sons com as letras dos sons  do grafema.
Mas porque a escrita alfabética é um registro dos sons está de acordo com um sistema de
representação que é bastante complexo, então o que a criança tem que aprender é relacionar os sons da língua com os desenhos que são as letras, sem isso  ela não aprende.
A questão é fundamentalmente de como é que a criança vai aprender a ler?
Falava antigamente que primeiro a criança tem que aprender a ler, depois se valer aqueles livrinhos que ela estava curiosa. Porque não as duas coisas ao mesmo tempo. Tem de servir inclusive para que a criança sinta que ela está a aprendendo alguma coisa que tenha valor para ela.
Alfabetização e letramento é você colocar a criança num ambiente de convivo com língua escrita em situações reais com livros, jornais ,revistas em que ela encontra a escrita e ao mesmo tempo você vai aprender a ler e a escrever.
E as escolas  estão preparadas  para dar margem para que o professor possa trabalhar sem usar este ou aquele método. Um professor tem que é trabalhar com as duas coisas ao mesmo tempo que ele tem
que trabalhar para que a criança entenda que a escrita é usada para várias finalidades que ela varia conforme o entorno locutor pra quem você escreve .
O professor pode  ler a história de chapeuzinho vermelho e você pode ler um texto informativo. E apartir dai responder uma curiosidade da criança respeito de um animal seja o que for, assim a criança  está aprendendo é pra que serve a escrita, no contexto em que ela vive  e na sociedade em que ela vive.

Conheça, a partir dos estudos da pesquisadora Isabel Frade, as formas clássicas de ensinar a língua escrita e o que as pesquisas afirmam sobre elas

 

MÉTODOS SINTÉTICOS
Vão das partes para o todo, começando com as unidades sonoras ou gráficas

MÉTODO ALFABÉTICO OU SOLETRAÇÃO

COMO É: É considerado o mais antigo dos métodos. A proposta é que o indivíduo aprenda os nomes das letras, reconheça-as fora da ordem alfabética e, por fim, tente redescobri-las em palavras ou textos, a partir da soletração.

COMO FUNCIONA: Ensinam-se estratégias de soletração que ajudam o aluno a associar o nome da letra à sua representação visual e ao som que ela adquire na palavra. A palavra “banana”, por exemplo, pode ser soletrada como be a ba (ba), ene a na (na), ene a na (na).

VANTAGENS: Reconhecer as letras é etapa fundamental e inescapável do processo de aquisição da escrita, já que as relações entre os sinais gráficos e os sons que eles representam são o princípio básico de qualquer sistema alfabético.

RISCOS: A memorização fora de contexto das letras e de algumas sílabas afasta o aluno do significado das palavras. É possível desenvolver o conhecimento sistemático do alfabeto em textos com sentido e com o uso de materiais como letras móveis.

MÉTODO FÔNICO OU FONÉTICO

COMO É: Desenvolvido na França e na Alemanha, parte da relação direta entre o fonema e o grafema. Começa sempre dos sons mais simples para os mais complexos, das vogais para as consoantes. Por fim, formam-se as sílabas e as palavras.

COMO FUNCIONA: Há várias maneiras de apresentar os fonemas, partindo de palavras significativas para os alunos ou relacionando uma palavra a uma imagem e a um som. Há exemplos na clássica Cartilha Nacional, do século 19.

VANTAGENS: Ao aproximar fonemas e grafemas, o método estabelece relação direta entre a escrita e a fala, outra característica básica de sistemas alfabéticos, abrindo caminho para a codificação e a decodificação dos textos.

RISCOS: Na nossa língua, as relações entre letras e sons variam muito. Uma mesma letra pode representar diferentes sons e vice-versa. O sistema de escrita é uma representação complexa, e a abordagem fônica, sozinha, pode não dar conta dela.

MÉTODO SILÁBICO

COMO É: Considera a sílaba a unidade linguística fundamental, já que, na prática, só se pode pronunciar a consoante juntamente com a vogal. Começa-se pelas sílabas formadas por uma consoante e uma vogal, até chegar às mais complexas.

COMO FUNCIONA: Em geral, o processo se apoia em cartilhas que apresentam as famílias silábicas, que podem ser associadas a desenhos ou palavras-chave, cujas sílabas iniciais são destacadas. Aos poucos, o aluno entra em contato com pequenos textos.

VANTAGENS: O método enfatiza uma unidade facilmente identificável com o som, já que, na fala, pronunciamos sílabas, e não letras ou sons separados. Assim, não é preciso analisar cada elemento da palavra para decifrá-la.
RISCOS: O foco excessivo em uma unidade sonora, assim como em outros métodos sintéticos, pode tirar do aluno o contato com textos reais, dotados de estrutura e função social, dando lugar a frases sem nexo, como “vovô viu a uva”.

MÉTODOS ANALÍTICOS
Vão do todo para as partes, originando-se de unidades de significado

PALAVRAÇÃO

COMO É: A unidade linguística é a palavra que deve ser reconhecida graficamente sem a necessidade de decompô-la em sílabas, letras ou mesmo fonemas e grafemas. A proposta é de que se forme um repertório antes de construir frases e pequenos textos.

COMO FUNCIONA: Apresenta-se um grupo de palavras que os alunos tentam reconhecer pelas características gráficas. São propostas atividades de memorização de palavras, às vezes associadas a imagens, exercícios de movimento de escrita etc.

VANTAGENS: É um meio-termo entre as práticas sintéticas e as analíticas, pois permite trabalhar em unidades menores, sem dissociá-las do significado. O aluno aprende estratégias de leitura inteligente e associa a leitura com prazer e informação.

RISCOS: Focar só no reconhecimento gráfico das palavras pode prejudicar a análise das sílabas, letras e grafemas, afetando o reconhecimento de palavras novas. Isso costuma ser amenizado pelo uso de palavras estáveis, como o nome próprio.

SENTENCIAÇÃO

COMO É: A proposta é partir de uma unidade de significado mais completa, que é a frase. O estudante deve reconhecer e compreender o sentido de uma sentença para só depois analisar as suas partes menores (palavras e sílabas).

COMO FUNCIONA: A pedagoga argentina Cecilia Braslavsky ensina que é possível partir da oralidade das crianças, a partir da qual se extraem orações simples, escritas em faixas expostas na sala de aula. As frases podem depois ser consultadas permanentemente.

VANTAGENS: A exemplo do método de palavração, a sentenciação permite que os alunos se relacionem com o significado dos textos e aprendam, desde o início da alfabetização, a utilizar estratégias de leitura inteligente.

RISCOS: O ensino por sentenciação pode acarretar problemas semelhantes aos encontrados na palavração, como a dificuldade de decodificar textos novos por falta de uma análise mais detida nas unidades que compõem a base do sistema de escrita.

MÉTODO GLOBAL

COMO É: Parte-se de um texto, trabalhado por certo tempo, no qual o aluno memoriza e entende o sentido geral do que é “lido”. Só depois se analisam as sentenças e se identificam as palavras, comparando as suas composições silábicas.

COMO FUNCIONA: No Brasil, o método é associado aos contos, conforme as práticas difundidas pela educadora Lúcia Casasanta nos anos 30. As cinco fases vão da compreensão geral da história à análise comparativa da composição silábica das palavras.

VANTAGENS: Com práticas semelhantes às adotadas pela moderna alfabetização de linha construtivista, o método mantém o foco no sentido dos textos e proporciona, desde o início da aprendizagem, o contato com o texto.

RISCOS: O trabalho sistemático com as unidades menores, que são parte da estrutura básica da língua escrita, pode ficar enfraquecido. Além disso, o uso só de textos para fins escolares não é positivo: a criança precisa conviver com textos reais.

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Prof: Ingrid Ribeiro

Me chamo Ingrid Ribeiro sou professora da rede pública compartilho o meu trabalho na página do Instagram @atividades.compartilhadas para acrescentar na sua prática Pedagógica.

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